No fim de 2012, a Forbes publicou uma matéria anunciando o Brasil como um dos países mais empreendedores do mundo. Desde então o número de novas empresas em crescimento e startups expandiu consideravelmente – e as iniciativas para fomentar esse tipo de empreendimento também.
E apesar da situação econômica e política que o país tem enfrentado nos últimos anos, o Brasil ainda é uma grande aposta para novos negócios, especialmente, para as startups.
O Brasil é o país mais populoso da América do Sul, com mais de 200 milhões de habitantes. Já existem mais dispositivos móveis em uso do que pessoas, o número de brasileiros conectados à internet ultrapassa 139 milhões e o país está entre os top 20 com maior penetração de internet no mundo.
Segundo pesquisa realizada pela Anjos do Brasil, o valor de investimento-anjo cresceu 9% em 2016, alcançando R$ 851 milhões. O valor médio por investidor-anjo foi de R$ 120 mil, um aumento de quase 11% comparado a 2015.
Para Ping Jiang, especialista em mercados emergentes, países em desenvolvimento como o Brasil oferecem o terreno perfeito para as startups. Segundo ele, São Paulo é um grande exemplo disso: lar de gigantes tecnológicos multinacionais e de inúmeras iniciativas aceleradores, a cidade se tornou um ecossistema robusto de capital de risco e talento.
E diferentemente do que alguns grandes empresários podem pensar, a ascensão das startups não oferece perigo para os negócios. Na verdade, “juntas, startups e empresas podem melhorar o cenário econômico como um todo”, é o que acredita Cristina Palmaka, presidente da SAP Brasil.
Com Flavio Pripas, diretor do Cubo, no palco do SAP Forum Brasil, eles conversaram sobre como trabalhar para desenvolver um bom ecossistema para impulsionar startups pode também propiciar um bom cenário de crescimento para grandes empresas. Eles também falaram sobre as mudanças no Startup Focus, programa de aceleração de startups da SAP. Para fortalecer a iniciativa, a equipe vai crescer e estará mais integrada à empresa, e o projeto contará com mais recursos.
A SAP já havia afirmado seu compromisso de impulsionar a inovação por meio das startups. Em março deste ano, Bill McDermott, CEO global da SAP; Claudio Muruzabal, presidente da SAP Latin America e Cristina Palmaka assinaram um acordo de cooperação com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) com o objetivo de estimular o desenvolvimento de startups no país com o intuito de impulsionar a economia nacional no caminho da digitalização. A SAP investirá, em cinco anos, R$ 40 milhões em um centro de inovação para Internet das Coisas.
Burocracia e taxas, um antigo desafio
A indecifrável burocracia e as altas taxas e impostos do Brasil são, certamente, os maiores obstáculos para a abertura de novas empresas e startups no país.
Em 2017, entrou em vigor a lei nacional 155/2016 para regular o formato e características do investidor-anjo. Foi um grande passo para o setor, no entanto, em julho o governo federal passou a tributar esse tipo de investimento entre 15% e 22,5%. Para especialistas, essa tributação faz com que a rentabilidade caia, o que gera desinteresse por parte dos investidores.
Um estudo realizado pelo World Bank em 2015 estima que as empresas brasileiras gastaram 2.038 horas com pagamento de impostos e levam 15 dias mais para exportar um produto do que a maioria das outras nações. Considerando esses dados, o Brasil passou a ocupar o 123º lugar entre 190 países no World Bank’s Ease of Doing Business Database, ficando entre alguns dos lugares mais complexos em termos burocráticos para se fazer negócios.
Apesar desses obstáculos significativos, o Brasil se tornou o maior ecossistema de startups da América Latina, e não deve parar por aí. Enquanto especialistas fazem boas previsões para o futuro do país, cabe aos empresários e investidores continuarem a apostar no potencial das startups para o ecossistema de negócios do Brasil.
Fonte: news.sap.com/brazil/